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DOM ORLANDO BRANDES - ARCEBISPO DE LONDRINA

Chegou o Ano Paulino - Dom Orlando Brandes

O Ano Paulino, decretado pelo Papa Bento XVI, começa no dia 29 de junho de 2008 até 29 de junho 2009. Os católicos são convidados a conhecer, vivenciar, transmitir o “evangelho de Paulo”, ou seja, os escritos paulinos. No Brasil já percebemos uma forte movimentação neste sentido. Edições de livros, cursos bíblicos, retiros, painéis sobre Paulo e a teologia paulina já estão acontecendo. Há grande expectativa na Igreja pelas seguintes razões.
1. O Ano Paulino será um ano bíblico “A Palavra de Cristo habite em vós” (Col 3,16). Acontecerá em Roma no próximo mês de outubro o Sínodo sobre a Palavra de Deus na vida e missão da Igreja. Nós aqui vamos consolidar uma mobilização bíblica para que o povo tenha a Bíblia na mão, no coração e os pés na missão. Vamos também ensinar a Leitura Orante da Bíblia. Precisamos formar um catolicismo bíblico para reanimar nossa vida pessoal, eclesial e social.
2. O Ano Paulino é chance para a conversão. Tudo começou com a conversão de Paulo, com aquele encontro fascinante, decisivo, persuasivo e resplandecente com Jesus Cristo. Paulo foi derrubado pela graça, tocado pela luz, ferido pelo amor misericordioso, recriado pela Palavra que ouviu. Sua conversão foi uma rendição incondicional mediante a fascinação do coração. É hora de conversão pessoal, pastoral e social.3. O Ano Paulino vem consolidar os Grupos de reflexão, as pequenas comunidades. Paulo é o padroeiro dos pequenos grupos, da Igreja nas casas, das comunidades eclesiais. Preparou lideranças que animavam estes grupos como por exemplo: Lídia, Aquila, Priscilla, Apia, Arquipo etc. Paulo nos convoca a crer nos grupos, a visitar as casas, a fundar comunidades.
4. O Ano Paulino quer ser um salto, um impulso da ação missionária. Quanta valentia, ousadia, criatividade encontramos em Paulo, o missionário incansável, peregrino, pedagogo, estrategista. Era missionário dentro das prisões onde foi encarcerado enfrentou centros urbanos e periferias, levou o cristianismo onde reinava o paganismo e o judaísmo. Eis a missão com desassombro.
5. O Ano Paulino é uma oportunidade de renovação ética. Para Paulo, o que vale é ser discípulo e seguidor de Jesus, viver no Espírito, e testemunhar a fé nos gestos de amor fraterno e comunitário. A ética cristã é uma resposta de amor que traz a novidade do perdão, da esperança, da castidade, do celibato. Nosso mundo atual voltou a ser pagão. O Ano Paulino quer ser uma revolução ética. O mundo acredita mais nos testemunhos do que nos mestres. É preciso convencer com as obras e não com palavras apenas.
6. O Ano Paulino é um aprofundamento da teologia da cruz. Paulo sofreu muito, mas a dor lhe conferia vigor e desassombro. O sofrimento era para a glória de Deus, o bem da Igreja e da missão. Além do espinho na carne, Paulo foi apedrejado, torturado, flagelado, preso, perseguido, humilhado, processado e martirizado. Sua mística e sua fé fizeram do sofrimento um crescimento, uma benção, uma sabedoria - a ciência da cruz.
7. O Ano Paulino vem fortalecer o Ano Catequético. Paulo é um catequista de primeira categoria. Convertido, místico, teólogo, itinerante, discípulo, pedagogo, segue catequizando até morrer. Em Paulo temos uma catequese com adultos, uma catequese urbana, nas casas, catequese inculturada e catequese renovada. Prega a sã doutrina, cativa as pessoas, anima os catequistas, sofre porque ama a Igreja e trabalha para o próprio sustento.
8. O Ano Paulino é um ano da graça. Recebemos indulgências especiais neste ano, muitas graças estão reservadas para nós. Que prodígio da graça é a pessoa de Paulo Apóstolo: grego, judeu, cidadão romano, ambulante, sofredor, teólogo, “sou o que sou pela graça de Deus” (ICor 15,10). A graça trabalhou em mim, diz Paulo. Esta mesma graça trabalhará em nós no decorrer do Ano Paulino que vem solidificar o Documento de Aparecida.
*Dom Orlando Brandes, Arcebispo de Londrina
Fonte: CNBB

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